terça-feira, 10 de junho de 2008

Para meu amor

Nunca são as coisas mais simples que aparecem quando as esperamos. O que é mais simples, como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos, não se encontra no curso previsível da vida. Porém, se nos distraímos do calendário, ou se o acaso dos passos nos empurrou para fora do caminho habitual, então as coisas são outras. Nada do que se espera transforma o que somos se não for isso: um desvio no olhar; ou a mão que se demora no teu ombro, forçando uma aproximação dos lábios.

Nuno Júdice

Nuno Júdice é um dos poetas que mais admiro, em cada poema, em cada palavra existe a força de um sentimento que nos faz transportar para um "espaço" onde existe uma cumplicidade unica entre o leitor e a sua poesia...Diz Nuno Júdice " O que é mais simples, como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos, não se encontra no curso previsível da vida".
Confesso: Tive medo de no curso de minha vida não o encontar. O AMOR.
Julguei em tempos que por um momento ou outro o tinha encontrado mas a vida fez-me crer que não, chorei, sofri mas alcancei um dia esse amor...alcansei um estado unico que até então desconhecia. Um estado de PAZ.
Para ti meu amor mil beijos.
AMO-TE.

2 comentários:

Ricardo Santos disse...

O Amor...é simplesmente Bonito...é algo de magico e simples..como Tu! Amo-te muito ..palavras são como doces que se dá a uma criança...eu adoro ser aducicado...para ti meu Amor um Doce de ternura...Amo-te***

lurdeskida disse...

Como explicar o AMOR
Contam que, uma vez, reuniram-se os sentimentos e as qualidades dos homens, num lugar da Terra.
Quando o ABORRECIMENTO reclamou pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, propôs-lhe:
- Vamos brincar às escondidas?
A INTRIGA levantou a sobrancelha, intrigada, e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou: «- Escondidas? Como é isso?»
- É um jogo - explicou a LOUCURA - em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem e, quando eu terminar de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará o meu lugar para continuar o jogo. O ENTUSIASMO dançou, seguido pela EUFORIA.
A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até a APATIA, que nunca se interessava por nada. Mas nem todos quiseram participar: a VERDADE preferiu não se esconder; para quê, se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito parvo (no fundo, o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não se arriscar.
- Um, dois, três, quatro... – começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que, como sempre, caiu atrás da primeira pedra do caminho.
A FÉ subiu ao céu e a INVEJA escondeu-se atrás da sombra do TRIUNFO, que com o seu próprio esforço, tinha conseguido subir até à copa da árvore mais alta.
A GENEROSIDADE quase não se conseguia esconder, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos - se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPTIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou por se esconder num raio de sol.
O EGOÍSMO, pelo contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele.
A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e a PAIXÃO e o DESEJO no centro dos vulcões.
O ESQUECIMENTO, não me recordo onde se escondeu, mas isso não é o mais importante.
Quando a LOUCURA estava lá em 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um local para se esconder, pois todos já estavam ocupados; até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.
- Um milhão – contou a LOUCURA. E começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus, no céu, sobre Zoologia.
Sentiu-se vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões.
Por mero acaso, encontrou a INVEJA, e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO.
Ao EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo: ele saiu sozinho, disparado, do seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede e, ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA.
À DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois encontrou-a sentada sobre uma cerca, sem decidir de que lado se esconder.
E assim foi encontrando a todos.
O TALENTO entre a erva fresca; a ANGÚSTIA numa cova escura; a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano); e até o ESQUECIMENTO, de quem já se tinham esquecido que estava a brincar às escondidas.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas.
Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, se escutou um doloroso grito: os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.
A LOUCURA não sabia o que fazer para se desculpar: chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser a guia do AMOR para sempre.
Desde então, desde que pela primeira vez se brincou às escondidas na Terra, o AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.