sábado, 27 de junho de 2009

Ter saudade é vaga disforme de um corpo.
Ter saudade é pássaro que aparece e se apaga
erguido de confusão na angústia
teste dado à natureza bruxuleante dentro de mim.
Ter saudade é fingir qualquer coisa que inquieta,
levantada, desenterrada do crivo da memória.
Por vezes quando o tempo por ela passa não passa
o tempo da saudade, estátua rígida dum destino anoitecido,
passa um nada meio acontecido.
Saudade, é filha da alma do mundo que de tanto ser outro sou eu já.
Saudade, porque viajas cansada em horas dentro de mim?
Saudade que vieste até à última força desta linha, brumosa da eterna caminhada.
Sempre que vieres sem avisares leva-me contigo para que a paz volte à memória de meu corpo como o rio que passa no tempo final da minha natureza.

Carlos Melo Santos, in "Lavra de Amor"

sexta-feira, 26 de junho de 2009

quinta-feira, 18 de junho de 2009

VOZES DE UM TÚMULO

Morri! E a Terra -- a mãe comum -- o brilho
Destes meus olhos apagou!... Assim
Tântalo, aos reais convivas, num festim,
Serviu as carnes do seu próprio filho!



Por que para este cemitério vim?!
Por que?! Antes da vida o angusto trilho
Palmilhasse, do que este que palmilho
E que me assombra, porque não tem fim!


No ardor do sonho que o fronema exalta
Construí de orgulho ênea pirâmide alta...
Hoje, porém, que se desmoronou


A pirâmide real do meu orgulho,
Hoje que apenas sou matéria e entulho
Tenho consciência de que nada sou!



Poema de Augusto dos Anjos

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Estive ausente, tenho estado ausente
Alguém percebeu a minha ausência?
Creio que não, claro que não

Não percebo

Juro que não percebo porque gosto eu verdadeiramente das pessoas
e elas retribuem tão pouco esse meu gostar

As pessoas vêem e vão como se fosse um ciclo normal climatérico, chuva, sol, vento e calor, vem e vai...
Não percebo mas gostava que fosse diferente

Tenho pena que as pessoas estejam todas tão ocupadas que não têm tempo
Se calhar eu também não tenho
Não sei mas sinto pena de não sentir as coisas como as senti ou como gostava de as sentir

sexta-feira, 5 de junho de 2009



Belissimo...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Num momento de magia pensei em ti...
Fechei os olhos e senti o aroma do teu corpo...as linhas e os sinais a tua pele...
Imaginei, nós dois, num momento de amor onde somente eu e tu estivéssemos em cumplicidade única e magica tal como um por de sol numa tarde calma de verão...
Num momento imaginei que o momento seria só nosso.
Ao nosso sabor
Ao nosso tear
Ao nosso espaço
Amo-te
Amo-te hoje e sempre te amarei