quinta-feira, 22 de maio de 2008

Lisboa

Lisboa por tràs dos muros da cidade no seu coração profundo de alicerces de argilas e de sísmicos arroios - cresce uma vozque sobe e fende a brandura das casas da escrita dos enumeráveis povos quasenada resta - deitas-te exausto na lâmina da luasem saberes que o tejo te corrói e te suprimede todas as idades da europamais além - para os lados do corpo - permanecea tosse dos cacilheiros os olhos reviradosdos mendigos - o tecto onde um navionos separa de um vácuo alimentado a soroplátanos brancos recortam-se luminescentes no olharde quem nos olha contra um céu desesperado - jardimde iris açucenas palmeiras cobertas de rocio ea ponte que nos leva aos campos do sul - lisboa lugar derradeiro do risoque já não te pode salvar do cemitério dos prazeres e morrescarregado de tristezas e de mistérios - morresalguressentado numa praceta de bairro - o olhar fixono inferno marítimo das aves

Al berto

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